Nesse período, tomei algumas decisões que não sei se foram as mais acertadas, mas que me pareceram, num primeiro momento, as mais coerentes diante da situação.
Me vejo numa situação onde não é possível, como é para muitos casais que se separam, conviver sob o mesmo teto até que a questão da venda da casa seja resolvida, uma vez que nenhum de nós tem outro lugar pra morar.
Infelizmente, não posso contar com a minha mãe, que apesar de estar bem "vivinha da silva", é mãe de uma filha só (a minha irmã).
Outro dia estava lendo um email que ela mandou pra uma amiga falando sobre a minha situação conjugal, onde entre relatos inconvenientes, disse à amiga : "Ah, mas isso aí da separação é problema dela, só dela".
Então, já sei que não posso contar com ela.
Bom, meu marido não aceita a separação, me acusa de um monte de coisas e tal.
A questão é que, não bastasse essas acusações à mim, ele parte pro "ataque às crianças".
Não, não são ataques físicos.
Pior!
Ele simplesmente bombardeia aquelas cabecinhas com choros e lamentações.
Quando decidi por me separar, conversei com as crianças e expliquei que o amor tinha acabado, mas que nem eu e nem o pai deles tinha feito nada de errado. Simplesmente não sentia mais vontade de estar ao lado dele, apesar de ter sido bem feliz com ele por um bom tempo.
Falei que o pai continuaria sendo pai como sempre foi, que eu não queria hostilidade aqui dentro de casa e nem que as crianças tomassem partido da situação.
Isso foi conversado com duas crianças de 13 e 11 anos. Possuem maturidade pra entender isso, e assim o fizeram.
Porém, o pai, ficou devendo na maturidade.
Passou a chorar o tempo todo pelos cantos, se fez ausente da vida deles e, pior, esperava eu estar longe das crianças pra encher a cabeça delas de "minhocas": que eu não podia largar dele, que ele ia morrer longe de mim, que nao aguentaria ficar longe dos filhos... bla... bla... bla...
Sei que ele está sofrendo com tudo isso, mas que fique claro que jamais pensei em deixá-lo afastado dos filhos, ao contrário, eu exijo que ele seja próximo e participante. Claro que teremos uma rotina reorganizada, mas estou absolutamente disposta a tê-lo comigo na educação dos filhos.
Ele não aceita.
Ele acha que eu tenho que arrumar minhas malas e ir embora, largando as crianças com ele sob a alegação de que a insatisfeita com o casamento sou eu.
Então, cansada de tantos escândalos e dramas aqui, e zelando pela sanidade mental das crianças, parei de falar em separação.
Não, não desisti.
Congelei o assunto até tomar um novo fôlego.
Preciso me organizar direitinho antes de retomar esse assunto.
Viver sob o mesmo teto não será mais possível quando esse assunto ressurgir, portanto, devo ter um "planoB" em mente.
Enquanto isso não acontece, tenho a sensação de que a minha vida está passando diante de mim e que sou mera espectadora.
Espero, em breve, conseguir novamente um papel de destaque nessa minha vida, que ultimamente tem andado tão sem graça...